UMA CONVERSA SOBRE A INTERDISCIPLINARIDADE - Por Lucas Soares Vieira

 Um dos desafios que encaramos em sala de aula é despertar o interesse do aluno, e trabalhar de forma interdisciplinar pode ser um recurso que faça com que o aluno veja sentido nos conteúdos, pois o cotidiano do aluno não é separado em disciplinas.
O subprojeto Interdisciplinar – Linguagens discute e prática desde seu primeiro ano de atividades, formas de relacionar conteúdos de diferentes matérias objetivando beneficiar a aprendizagem dos alunos. Uma das práticas incluiu o trabalho com o gênero textual contos de fadas em turmas de quarto ano nas aulas de português e inglês. Precisamos ter cuidado para não confundir os conceitos: se trabalhamos o mesmo conteúdo em mais de uma matéria, mas com objetivos diferentes, é apenas multidisciplinaridade. Da mesma forma, no momento em que relacionamos o ensino de Língua Inglesa com saúde, por exemplo, não é um ensino interdisciplinar; estamos falando de transversalidade. Entenda as diferenças:
Interdisciplinaridade: disciplinas conectadas por axiomas comuns e com algum tipo de finalidade de hierarquia superior, envolvendo diferentes graus de aplicação metodológica.
Transversalidade: temas de caráter social, que podem ser trabalhados em qualquer área disciplinar. Conforme os PCN de 1998, os temas são: “Ética”, “Pluralidade Cultural”, “Meio Ambiente”, “Saúde”, “Orientação sexual” e “Trabalho e Consumo”.
Multidisciplinaridade: um conjunto de disciplinas instanciadas em um mesmo nível, mas com objetivos diversos e sem cooperação.
Pluridisciplinaridade: o mesmo que multidisciplinaridade, mas com algum grau de relacionamento, ainda que sem coordenação hierárquica.

Transdisciplinaridade: uma profunda conexão entre as disciplinas, promovendo uma descontinuidade estrutural e a superação axiomática das origens disciplinares de acordo com propósitos empíricos específicos. 
     Em primeiro momento, presume-se que a maior dificuldade para praticar um ensino interdisciplinar é o diálogo entre os professores das diferentes áreas. Nem sempre o momento do planejamento dos professores coincide ou não há suporte da coordenação da escola. No entanto também devemos estar atentos ao objetivo final: o aprendizado do aluno. Para isso, devemos relacionar as áreas disciplinares tendo um objetivo em comum. Em projetos interdisciplinares, uma abordagem segura é basear-se em uma situação real.
Em 2015, o Interdisciplinar – Linguagens continuará buscando experiências interdisciplinares e enriquecer a ensino-aprendizagem com os temas transversais, como despertar os educandos para a pluralidade cultural.
Referência: Costa A. Interdisciplinaridade e transversalidade: considerações sobre a epistemologia do trabalho escolar brasileiro. Cadernos de Linguagem e Sociedade. 2008.

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